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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O início da Astronomia - Estrelas

O Início da Astronomia




 A astronomia é uma das ciências mais intrigantes que existem, por dois motivos: o céu está a alcance de todos, mas também porque o céu está fora do alcance do todos. Muitas vezes pensamos que estrelas estão muito longe, brilhando e paradas no céu. Um pensamento relativamente correto, e não obstante do nosso dia a dia corrido em que apreciar o céu é algo que poucos fazem, e talvez aqueles que façam ainda sejam olhados pelos colegas como "sem ter o que fazer". Há muito tempo atrás não existia internet, tampouco whatsapp, nem televisão, nem dominó. O único espetáculo da noite era o céu, então, vamos imaginar que estamos num tempo em que o céu está em evidência e poderemos assim descobrir muitas coisas.

     As estrelas

 É fácil perceber que olhando para o céu em intervalos de tempos relativamente pequenos, como meia hora, as estrelas que lá estão terão se movido em relação a sua posição anterior. Quanto mais passam as horas, mais as estrelas caminham no céu.  E assim passam os dias constantemente com as passagens das estrelas. O sol é uma estrela e é fácil perceber que ela se move, porque aparenta brilhar mais que tudo que há no céu, em evidência sobre nossas cabeças. Mas todas as outras estrelas se comportam do mesmo jeito, sempre nascendo do leste e se pondo a oeste.
Uma coisa curiosa é que sempre as mesmas estrelas aparecem no céu em determinada época do ano. Grupos de estrelas consistentes são chamados de constelações e recebem vários nomes de acordo com a época cujas são analisadas e de acordo com a cultura da civilização.
Esses padrões de comportamento das estrelas sempre atiçaram a curiosidade humana e sempre se especulou o poder delas sobre os homens.  Quando acontecia algo de ruim na antiguidade e idade média, achava-se que as estrelas naquelas posições o tinham influenciado. Então, quando elas estivessem novamente naquela mesma posição algo de ruim poderia voltar a acontecer.
Na Mesopotâmia, terra entre rios, quando era época da seca surgia praga de escorpião e aparecia uma forma no céu de conjunto de estrelas e foi chamado Escorpião. Assim eles estipulavam a época da seca.

http://www.comprarumaestrela.pt/media/wysiwyg/zodiacs_pt/escorpiao.jpg
Fonte: http://www.comprarumaestrela.pt/media/wysiwyg/zodiacs_pt/escorpiao.jpg

As primeiras cartas estrelares foram encontradas no Egito e remetem ao ano de 4.200 a.C, entretanto as práticas de astrologia foram iniciadas na Suméria, por volta de 4.000 a.C.
Cláudio Ptolomeu, nascido no ano 90, fez uma grande e célebre publicação com síntese dos principais trabalhos dos maiores astrônomos, como Aristóteles e Hiparco. Esses pensamentos indutivos remetiam a um sistema de rotação planetária com a Terra centrada e todos os outros astros que existem girando ao redor dela. Foi chamado de sistema Geocêntrico.
Foi muito bem aceito e muito bem perceptível pois a impressão realmente é que estamos parados e todo o resto é que deve estar se movendo (tema abordado aqui).
Essa noção também remetia ao misticismo já que não havia separação entre astronomia e astrologia.
Porquanto, fora bem útil as observações e vários povos tiveram as estrelas como base de sua expansão, como as grandes navegações, e uma delas inclusive veio para o Brasil, assim como a contagem dos meses, cultivo, cheia e seca de rios.
Abaixo uma imagem do céu em 360º do observatório de Lisboa em Maio de 2015.
Agora do mesmo observatório em Junho de 2015.
Em apenas um mês a posição das constelações é notoriamente alterada e está ai para todo mundo ver.
Os astrólogos serviam principalmente os governos e davam suporte para guerras e plantios. Embora qualquer pessoa pudesse fazer isso, o governo da época não permita a prática extensiva e tinha geralmente um consultor oficial, e este começou a ser olhado pela população com, talvez, poderes místicos. Mas na verdade eles tinham a disposição alguns instrumentos de medição que auxiliavam nas observações, principalmente o astrolábio (imagem abaixo), muito usado e aperfeiçoado pelos árabes. Entretanto, quando erravam suas previsões, as recompensas não seriam tão agradáveis.
 
fonte: http://www.eso-garden.com/images/uploads_bilder/astrolabes_of_africa_2.jpg

 Isidório de Sevilha, por volta do ano de 560, foi um dos primeiros a separar astronomia da astrologia, mas o marco dessa separação ocorreu com as publicações de Nicolau Copérnico, por volta do ano de 1500 com a teoria do sistema em que não a Terra, mas o Sol estava no centro e os outros planetas girando ao seu redor, chamado de Heliocêntrico.
Essa grande diferença de tempo para novas descobertas se deu em particular porque na idade média a igreja católica detinha de muito poder, principalmente sobre a Europa, e os países da Europa tinham grandes terras e domínios em outros continentes e a Igreja não permitia estudos que fossem contra a crença e a doutrina por eles estabelecidas, por isso esse período é muito famoso por bruxarias e magos, pessoas lançadas em fogueira para pagar pelos seus pecados. 
Até hoje existe muita gente que consulta horóscopo e tarôs com o intuito de saber o futuro e atitudes a serem tomadas e evitadas, que época é melhor para relacionamentos e empregos, entre tantas outras crenças. 

Separar a astronomia da astrologia foi um marco muito importante para as novas descobertas, olhar e encarar o universo apenas para entender como se comporta, como funciona e como tudo está ligado.
Hoje sabemos que esses pontos brilhantes no céu são outros sóis que brilham a uma distância incrivelmente longe daqui, e são muitas vezes bem maiores que o nosso Sol. Sua luz demora bilhões de anos para chegar até a Terra, o que significa que as estrelas que vemos hoje são na verdade luzes de bilhões de anos que viajaram pelo espaço e talvez essas estrelas nem existam mais.  Cada uma dessas estrelas pode ter outras dezenas de planetas, grandes, pequenos. E as estrelas que vemos são apenas as que estão num pedaço muito restrito da nossa galáxia. Agora imagine que existem bilhões de galáxias, cada uma com suas bilhões de estrelas e cada estrela com seus mundos girando ao seu redor. 
Se você apontar sua câmera para qualquer lugar no céu, e se ela tiver uma lente potente quanto a do telescópio Hubble, a imagem que você verá é essa: 

Foto: Nasa, ESA e J. Madrid (McMaster University)  
fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/foto/0,,20425468-FMM,00.jpg
Agora voltamos para nosso mundo. Passaram-se 500 anos desde a teoria de Copérnico até essas belas imagens do espaço. Cada dia ainda se avança nos estudos e tecnlogias para aguçar e rastrear o Univerno. O que mais nos reserva para os próximos 500 anos? 

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Por Luis Henrique G. Santos, funcionário público estadual, Técnico em Edificações, cursando faculdade de Ciência e Tecnologia na Universidade Federal do Maranhão e professor de rede de ensino de apoio de matemática, física e química, amante dos assuntos sobre ciências exatas e astronomia, inovação, tecnologias, descobertas e curiosidades sobre o mundo.  

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